| 27/12/2002 10h45min
Os primeiros dias do ano serão decisivos para o futebol gaúcho. Com a proximidade do dia 22 de janeiro, data estipulada pela Liga Sul-Minas para o começo da competição regional, resta saber quem vai vencer a queda-de-braço desencadeada desde a extinção do calendário quadrienal da CBF e, por conseqüência, da Copa Sul-Minas entre as competições oficiais brasileiras.
O presidente da Liga Sul-Minas, Fernando Miranda, está pronto para defender o interesse dos clubes em disputar a competição, que provou ser mais rentável do que os estaduais – o contrato para este ano prevê R$ 24 milhões de direitos de transmissão a serem distribuídos entre os 16 participantes, cuja primeira parcela vence no próximo dia 10. O dirigente garante não ter recebido qualquer ameaça formal da CBF para punir as equipes que jogarem a Sul-Minas.
– Tudo o que estou fazendo é em nome dos clubes – afirma Miranda. – Estamos apenas cumprindo o contrato, que nos manda entregar uma competição.
Até agora, todos os passos acertados estão sendo seguidos. A Liga firmou uma parceria com a Federação Paulista de Futebol para garantir arbitragem e tribunal para a competição. A Rede Globo, detentora dos direitos da Copa Sul-Minas, recebeu o calendário 120 dias antes do início. A tabela ainda não foi divulgada, mas o torneio será disputado entre janeiro e maio. Nesse período, os clubes ainda terão de disputar os estaduais, a Copa do Brasil ou a Libertadores, no caso do Grêmio. Como fazer para evitar a sobreposição de datas?
– Não estamos querendo ajustar nada – defende o presidente da Liga. – Estamos seguindo o calendário que garantia esse período para os regionais. Aquele calendário elaborado pela própria CBF e que era para durar quatro anos.
Resta saber o que os clubes vão fazer para se adequar a todas as competições. O presidente do Grêmio, Flávio Obino, acredita que ainda é muito cedo para dizer se a equipe vai usar reservas ou juniores para algum torneio quando as datas coincidirem:
– Em princípio, vamos disputar todas as competições que o calendário estabelecer, mas dando absoluta prioridade à Copa Libertadores.
No caso do Inter, a situação é mais delicada. O clube foi um dos que votaram pela extinção do calendário quadrienal, ou seja, contra a Copa Sul-Minas. Arthur Dallegrave, presidente em exercício do Inter, foi enfático:
– Ratifico a decisão do presidente Fernando Carvalho. Não vamos disputar a Copa Sul-Minas. Diante da nossa posição, só nos resta aguardar os acontecimentos.
Aos torcedores, também resta esperar para saber o desfecho da briga, que pode acabar na Justiça.
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